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domingo, 1 de março de 2015

Sur(real)

História como a deles é difícil de contar. Ela nunca se sentiu à vontade pra dizer o que é que ele tanto tinha que era assim, tão insubstituível. Só sabia que não dava pra sair de perto assim, sem prévio aviso de que aquela era a última conversa, o último olhar o último toque e como é que ela conseguiria explicar pra si mesma que não era ele toda vez que o vento trouxesse seu perfume pra consumir todo o ar? Não, não era nada fácil admitir que ele a desconsertava completamente quando, do nada, seu celular vibrava com um contato dele. Ou quando, acidentalmente, eles pegavam o mesmo ônibus, ou até mesmo quando um texto desses blogs famosos contava toda a sua história, fazendo-a sentir-se nua e, ao mesmo tempo, tão menos triste por saber que várias pessoas também passavam por esta situação.



Não era fácil ter que acordar e não saber que no seu dia ele só apareceria por mero acaso do destino, ou mesmo por força de seu pensamento, que era tão forte no som de sua voz e na luta pra não esquecer seu timbre. A verdade é que ele consegue mexer com todo o seu sistema nervoso sem precisar dar uma palavra com ela. E a pior parte é quando, em sonhos, ele vem e fala justamente aquilo que ela precisa ouvir, pra aumentar a sua saudade e deixá-la ainda mais sem reação quando o vê. De todas as maneiras entendíveis, eles não dariam certo juntos; parece que até as circunstâncias caminham para rumos diferentes. 

Quanto mais eles lutam (contra e a favor), mais as coisas acontecem de acordo com o que não planejam. Por isso, acredite em todo tipo de amor: dos encontros combinados aos mais casuais possíveis, aquele contato inexplicável dos olhos sempre falou que, por mais estranho e louco e feroz e inacabado que fosse, era de um tipo de amor dos mais bonitos, o intenso.

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