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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Voe.


Não se trata de partir ou te deixar partir. Há muito mais envolvido nesse nosso intervalo de tempo. Se trata do quanto eu te amo e do quanto vai me doer ter que te ver partir. Mas é que você já está indo embora aos poucos. Todo dia tenho um pouco menos de você aqui comigo. Dói, e quando digo que dói, trata-se de uma dor física. Você diz que me ama, mas não vejo isso. Não digo de provas, digo do quanto seus olhos me mostram o contrário. O amor não tem que ser provado, mostrado às pessoas que não fazem parte dele. Mas, se eu te amo, tenho ao menos que te fazer ver o tamanho desse amor. Enquanto isso, te vejo escapar por entre meus dedos. Se vou te prender? Não acredito que isso seja algo que gostaria que você fizesse, se fosse eu quem estivesse a escapar de suas mãos.
Chove, lá fora e aqui dentro de mim. Dizem que chuva é tristeza e se for verdade, não preciso explicar o porquê chove aqui dentro de mim. Parece que você se foi. Parece que não volta mais. E não tenho motivos pra fazer ficar alguém que só quer ir. Não se pode amar sozinho. Quando se trata de amor, só de um dos dois estar feliz, já basta. Mesmo que isso sacrifique a felicidade do outro. Não adianta ser egoísta nessas horas. Deixo-te ir com um aperto no peito, porque todo mundo traz um pouco de egoísmo em si. Espero que depois de algum tempo o sol possa aparecer aqui dentro outra vez.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Vontade.


De sair por aí, dentro de um carro ou andando; só pra conseguir sentir o vento batendo no rosto e a força do sol na pele. De correr e gritar e pedir pra todo mundo ter um sonho. De realizar, pra cada um, qualquer desejo bobo, desde que seja pra fazer o bem. De colocar um sorriso na boca de alguém. De amar e ser amada e de não haver o mal no mundo. Veja só, que vontade mais sem pé nem cabeça! De que as crianças sejam puras e os adultos, responsáveis. De ter o brilho no olhar, pra todo mundo. De acabar com as dores e toda aquela história de luto. De compreender a morte e não mais provocá-la. De um carinho ou um afago ou dos dois. De tirar todo o rancor de dentro do peito, pra poder ser feliz.
De enfiar o pé na lama e na jaca e no céu. De abraçar a mãe, o pai e o mundo. De correr contra o tempo. De sentir os raios do sol tocando a pele e poder ver, através dos óculos e dos olhos, a felicidade. De brincar de boneca aos 30, de fingir ser um médico aos 10. De sempre ter um pouco de criança na gente. De cantar e desafinar e desentoar, mas cantar. De dançar fora do ritmo e com o corpo todo duro, mas dançar. De comer todo o chocolate que tiver em casa. De tocar no seu íntimo com os olhos. De viver. De ser livre.