Presa em pensamentos, com medo da verdade, com medo das pessoas, com o coração ainda em “processo de cura”. Essa é a minha situação. Eu quero você, mas o medo de tudo dar errado de novo é tão grande que me contento apenas com seu olhar, de longe. Sem palavras. Tua fala mansa me toma os sentidos. Às vezes volto no passado, me perguntando qual foi meu ponto fraco e porque isso tinha que acontecer logo comigo. Com certeza me lembro mais que você, inclusive do efeito que seu beijo causava em mim. O seu toque, em minhas mãos, rosto, ombros, seu beijo e seu abraço me marcaram muito. Eu prefiri me fixar nas lembranças boas, que é pra quando eu tiver que recordar, brote um sorriso no meu rosto. – Porque tudo o que tenho são lembranças. Te olhar de longe me dói o bastante pra não te querer por perto, porque sei que vou sofrer se você estiver por aqui novamente. Depois de todo esse tempo eu aprendi a conviver com o vazio, com a conformidade das cartas não entregues e das palavras não ditas, sem falar das inúmeras vezes que sonhava contigo e acordava chorando, e também das noites em claro, no quarto frio e vazio, sozinha em meio aos lençóis. Bom, não vou mais encher… vou apenas dizer que eu te amo pela última vez. Aí vou embora.
Kettlen Núbia